segunda-feira, 1 de maio de 2017

Arte Me Morte


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Olá Mortais...

Depois de muito tempo afastada, cá estou eu, escrevendo de novo.
Ninguém tem nada a ver com percalços complicados de minha existência, mas gostaria de deixar registrado que só não escrevi antes por motivos de força maior.
Infelizmente, minha criatividade não está muito em alta, mas acredito que possa surgir um poema decente...
Então, vamos lá.

A sede arranhava minha garganta
Como as mãos da Morte com suas garras compridas
Meu pensamento já não seguia mais uma linha 
Lógica de raciocínio 
Tudo estava chegando ao fim...
Então te avistei ao longe
Sentado em um banco de parque
Silencioso e solitário
Aproximei-me furtivamente
Coloquei minhas mãos em teus ombros
Me inclinei e sussurrei em teu ouvido:
Hora de partir meu querido
De alguma forma eu já sabia 
Que ele estava me esperando e, por isso, 
Não ofereceu resistência
Meus caninos aproximaram-se de seu pescoço
E sem pensar duas vezes, o mordi
Eliminando a sede que me consumia aos poucos
Ele não esboçou reação alguma enquanto eu
Sugava a essência de sua vida
Parecia que ele não estava ali...
Então quando me afastei de seu pescoço
E caminhei até ficar de frente para ele 
Foi que eu vi com horror
Ele já estava morto e havia sido
Logo antes de eu chegar
E agora? Forças das Trevas?
Pensei começando a me desesperar
O sangue que me manteria viva
Era o mesmo sangue morto que 
Agora acabava com ela...
Oh! Tanto tempo de espera...
Tanto tempo de planejamento
Para quando o momento chegasse 
E alguém chegou antes de mim
Alguém que não apoiava minha união
Com ele e agora ambos teríamos o mesmo fim...
Senti o sangue morto dele em minhas veias
Senti minha imortalidade desaparecer aos poucos
Eu estava deixando esse mundo...
Oh... tudo porque não observei os detalhes
A desatenção gera perdas irreparáveis
Então tudo começou a esmorecer
Minha visão escureceu, meu corpo fraquejou...
Caí de joelhos em frente àquele que pensei 
Que seguiria comigo ao longo dos séculos 
Sem esperança... sem chance... sem nada... só a escuridão
O último suspiro, a última visão
De algo que poderia ter sido e não foi
De algo que me foi tirado antes mesmo de ser meu...
Oh Mestre! Estou de volta ao meu lar, de volta à
Escuridão...


Espero que tenham gostado.
Ósculos e amplexos.

Vampyra Morgh


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Mal bom

Sinto certa vergonha de aparecer aqui depois de tanto tempo. Confesso que não fiz por mal, mas aconteceram coisas em minha existência que acabaram me afastando.
Sinto muito.


Aproveito a oportunidade para deixar aqui, em primeira mão, meu último poema.
Espero que gostem.




VOU SENTAR AQUI E ESPERAR


ESPERAR O TEMPO PASSAR


NÃO IMPORTA O QUE EU FAÇA


UMA HORA ELE VAI FINDAR...





TANTAS ALEGRIAS, TANTAS TRISTEZAS


TANTOS ENCONTROS E TANTOS DESENCONTROS


QUANTAS ILUSÕES, QUANTAS DECEPÇÕES


POUCAS REALIZAÇÕES...





VIOLÊNCIA, ARROGÂNCIA, LADROAGEM


ENCERRAM NOSSAS HISTÓRIAS E AS DOS QUE AMAMOS


O DEMÔNIO CRIADO É MESMO TÃO MAL ASSIM?


OU ELE SÓ ESTÁ MAIS PERTO


DO QUE SE IMAGINANA?





CAOS, INVOLUÇÃO, DESORDEM, DESORGANIZAÇÃO


A CAMINHADA ESTÁ PRÓXIMA DO FIM


E MUITA GENTE AINDA PENSA QUE FOI ELE


QUEM QUIS ASSIM





DESPROPÓSITO, DISCREPÂNCIA


UNS COM TANTO, OUTROS COM NADA


SE HÁ TANTA ILUMINAÇÃO,


POR QUE NÃO PERMITIR QUE TODOS


E NÃO SÓ ALGUNS, POSSAM VIVER


E NÃO SÓ SOBREVIVER?




É POR UNS SEREM MELHORES


DO QUE OS OUTROS?


POR SEREM OS “ESCOLHIDOS”?


ESCOLHIDOS DE QUEM, POR QUEM E PRA QUEM?


SE TODOS SÃO IGUAIS PERANTE O SENHOR


POR QUE ELE PERMITE ESSA DEGRADAÇÃO,


ESSA DESTRUIÇÃO, ESSA DEGENERAÇÃO?
PARA APRENDER QUE LIÇÃO?





QUANTO MAIS O TEMPO PASSAR


MAIS LONGE DA EVOLUÇÃO VAMOS ESTAR?


QUE O QUE RECEBE GRAÇAS E LOUVORES


RINDO DE NOSSAS CARAS ESTÁ?





SUTIS DIFERENÇAS...


ENQUANTO UM BRINCA COM UMA LUPA


SOB O SOL, ESCOLHENDO QUAL FORMIGA FICA


E QUAL FORMIGA VAI,


COMO UMA CRIANÇA MIMADA


O OUTRO OBSERVA E PROPÕE


UMA TROCA...


E QUE MAL HÁ NISSO?


AO MENOS NESSA SITUAÇÃO


EXISTE O LIVRE ARBITRIO


A CADA UM CABE ESCOLHER SIM OU NÃO


E ARCAR COM AS CONSEQUÊNCIAS





POR QUE O MOTIVO DO ESPANTO?


DESDE QUE O MUNDO É MUNDO


ISSO SEMPRE EXISTIU


E NINGUÉM ADMITIU





O OPOSTO CHEGA E OFERECE


O QUE SE PRECISA


PROBLEMAS? NENHUM


NEM O RELÓGIO TRABALHA DE GRAÇA


ALGUMA COISA EM TROCA ELE TEM


QUE LEVAR PARA A BARGANHA CONSUMAR


E SE ISSO VAI FAZER BEM?


QUE MAL TEM?





TODOS FAZEMOS TROCAS


E A MAIORIA TEM UM PROPÓSITO


UNS SENTAM E CHORAM ESPERANDO


A INTERVENÇÃO DIVINA, QUE SÓ VIRÁ


SE ELE QUISER


E OUTROS SENTAM E AGUARDAM


A CHEGADA DO OUTRO


QUE DE UMA FORMA SIMPLES


E RÁPIDA SOLUCIONA O PROBLEMA


O PAGAMENTO MUITO SIMPLES


FEITO ATRAVÉS DE UM CONTRATO


CONTRATO COMO TANTOS OUTROS POR AÍ


SÓ É PRECISO ESPERAR





SE O FINAL É SEMPRE O MESMO


POR QUE NÃO VIVER EM VEZ DE SOBREVIVER?


AO MENOS TRILHEMOS NOSSAS ESTRADAS


DONOS DE NOSSAS ESCOLHAS E


RESPONSÁVEIS COM NOSSOS RESULTADOS


ESPERAR A GRAÇA DIVINA


PODE SER TARDE DEMAIS


E QUANDO A HORA CHEGAR


NÃO HOUVE CAMINHA PARA TRILHAR





BRINCAR COM FORMIGUINHAS SOB O SOL


É MAIS CRUEL DO QUE FAZER UMA TROCA


UNS SENTAM E ESPERAM UMA VIDA TODA


E OUTROS SENTAM E AGUARDAM


A SOLUÇÃO VAI CHEGAR





UM BARULHO CONHECIDO DE PORTAS A ABRIR


ME FAZ SORRIR CONTENTE COM O QUE VEM A SEGUIR


LEVANTO-ME ANIMADA, FINALMENTE MINHA VIDA


SERÁ MUDADA


CAMINHO A PASSOS LENTOS EM SUA DIREÇÃO


SEGURO A MÃO OFERECIDA


E NÃO CONTENHO A EMOÇÃO





DEPOIS DE TANTO ESPERAR


A MINHA VEZ CHEGAR


RESPIRO ALIVIADA


POIS ESSE LUGAR ONDE OS MAUS GANHAM


A ARROGÂNCIA IMPERA


E A DESIGUALDADE E O DESREPEITO SÃO NORMAIS


ENTRE TANTAS OUTRAS COISAS TERRÍVEIS MAIS


FINALMENTE EU VOU DEIXAR





SERÁ QUE O MAL


É TÃO


MAL ASSIM?





08/10/15 - Vampyra Morgh

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

QUE HORROR! CLAME, RECLAME POR MAIS AMOR


Um menino refugiado, afogado. jaz na areia

outras tantas crianças a perambular ruas
- ainda renitentemente vivas, quase nuas -
insolentes em exibir nas calçadas às pessoas 
que passam a miséria crua.

Ao nosso lado inteira está a dor do menino afogado.
Os de cima nos querem calados, 
inertes, apenas condoídos com a tragédia
- sim tragédia, ainda que urdida pelo tope além mar,
Há aqui, como há lá, milhares de crianças para amar.

Um menino refugiado, afogado. jaz na areia
outras tantas crianças a perambular ruas
- ainda renitentemente vivas, quase nuas -
insolentes em exibir nas calçadas às pessoas 
que passam a miséria crua.